Sabe por que você atrai homens indisponíveis?

Autoria: Vanessa Mendes |Psicóloga CRP 03/17050|

A mulher que tem pavor de abandono já experimentou no mínimo um abandono emocional profundo, com todo pavor e vazio que isso envolve. Quando um homem te abandona é algo que traz de volta todo o pavor já familiar. Essa abandono podemos contextualizar com o primeiro amor na psique da mulher ou seja seu pai.

Homens que tem traumas familiares geralmente desenvolve outros problemas como vícios em drogas licitas e ilícitas, trabalho, esporte por ser algo cultural e biológico e eles tentam se proteger das emoções difíceis devido sua imaturidade afetiva. Enquanto mulheres sofrem o efeito cultural e biológico tendem a se tornar obcecadas por relacionamentos.
– Robin Norwood

Dessa maneira, a menina ferida na mulher adulta faz de tudo para não ser rejeitada, sendo tomada por sentimentos ansiosos, tentando prever o futuro após o último encontro para ter a certeza de que o homem que está conhecendo irá procurá-la no dia seguinte, enviar um WhatsApp ou até mesmo um convite para sair novamente. Não se questionando se realmente deseja ter mais momentos com aquela pessoa. Só que o fato de ele ser misterioso o torna ainda mais atraente devido à sua indisponibilidade ser familiar.

Sabe como o inconsciente faz a leitura desse tipo de homem indisponível?

Segundo a autora Robin Norwood, para essas mulheres que sofrem em lares disfuncionais o homem instável é excitante, o não confiável é desafiador, o imprevisível é romântico, o imaturo é charmoso, o mal humorado é misterioso, o zangado precisa de compreensão, o infeliz precisa de conforto, o inadequado precisa de incentivo e o frio precisa de calor humano.

Mas, não podemos “consertar” um homem bom, e a maneira dele ser gentil e atencioso conosco, logo não podemos sofrer. E por esse motivo, não se sentirá atraída por homens que a tratam bem, pelo simples fato de não saber receber algo que não é familiar para você. Todo esse amor e gentileza geram estranhamento, desconforto, e sua reação é se afastar desse tipo de relacionamento funcional a qual acha entediante e vai justificar para você mesma que não rolou a “química” entre vocês.

Escolhendo homens que lembram a sua relação familiar:

Irá torna-se super prestativa e investir toda a sua energia nesse homem. Por exemplo, marca médico, psicólogo, encontra trabalho e realiza deslocamentos geográficos inconvenientes para estar com ele. No fundo, deseja que ele perceba o quanto é necessária em sua vida, e é crucial que ele reconheça seu valor e o quanto é especial. E se isso não acontecer?

Você acredita que tem falhas terríveis e deve ter atos bons para compensá-los. Culpa-se por ter falhas e medo que elas sejam descobertas. Tenta parecer boa porque não acredita que seja, sendo esse um indicador de baixa autoestima. Se você teve um pai que considerou você como não digna do amor e atenção dele, como acreditará que é verdadeiramente uma pessoa agradável, boa e digna de ser amada? Sendo essas crenças que pode está carregando.

Muitas filhas, que enfrentam desafios relacionados à figura paterna, podem vivenciar situações complexas em lares disfuncionais. Essas experiências frequentemente envolvem padrões prejudiciais, como abuso de álcool e/ou outras drogas, comportamentos compulsivos, violência física direcionada ao cônjuge e/ou filhos, práticas sexuais inadequadas (sedução ou incesto), discussões constantes e tensões, aplicação do castigo do silêncio, pais demonstrando atitudes e valores conflitantes ou comportamentos contraditórios, competição pela lealdade dos filhos, comportamento competitivo conosco, e rigidez extrema em relação a aspectos como dinheiro, religião, trabalho, sexo, esportes, política, televisão e serviço doméstico. Esses desafios podem moldar significativamente nossa visão de mundo e afetar nossas relações interpessoais.

Você precisa aprender a se relacionar com um homem que considere seus interesses tão importantes quanto os dele. Aprender a simplesmente estar na companhia de homens que você considere bons, mesmo que os ache um pouco entediantes. E isso exige esforço para mudar a si mesma e o processo psicoterapêutico é um bom começo para lidar com seus traumas e comportamentos disfuncionais em relacionamentos amorosos.

Referências bibliográficas:

Norwood, R. (2011). Mulheres que Amam Demais. Rio de Janeiro: Rocco.

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